E A SAÚDE, COMO VAI?

Por Josival Oliveira*

Reunida com os governadores do Nordeste em Aracaju, A Presidente Dilma começa a receber de forma sutil a cobrança dos 18,4 milhões de votos que lhe rendeu a vitória no segundo turno das Eleições Presidenciais em 2010, derrotando o candidato do PSDB José Serra. Os oitos anos de governo Lula, seus investimentos e projetos amenizaram de forma tímida a pobreza em toda região nordestina.
Para os Governadores, a Presidente tem como compromisso garantir as obras estruturantes para região; rodovias modernas, universidades Federais e em relação ao corte dos 50 bilhões anunciado para o orçamento 2011 querem negociar uma metodologia diferenciada. Os chefes de Estado argumentam que o Nordeste brasileiro não pode ser prejudicado com o contingenciamento proposto pelo governo.
Nada mais do que justo reivindicarem o desenvolvimento da região, que hora ainda lembra os velhos tempos das grandes faixas de terras, que os nossos primeiros exploradores a chamaram de Capitanias Hereditárias, vejo com muita estranheza a discussão dos representantes dos Estados no que se referi a saúde pública, um sistema essencial, critico nacionalmente, escasso de investimento aplicado com responsabilidade e urgência a que merece.
Antes de a União reduzir os recursos federais para a saúde, ela já vinha não lá grandes coisas em todo o País. Imaginem no Nordeste. Depois do corte, a reclamação entre os governadores é enorme, claro que para o contribuinte que depende do sistema público de saúde continuou no mesmo dilema; filas, espera, faltam médicos, negligência e outras tantas aberrações que assistimos quase que todos os dias na vida do povão. E fico a pensar – antes da diminuição do dinheiro da saúde, o que realmente foi investido na sua melhoria com o montante que era repassado aos Estados? Se na grande maioria, a realidade não mudou em momento algum.
É preciso olhar com muita atenção para a discussão onde a criação de novos impostos e o retorno de velhos impostos. Refiro-me a proposta de criação do CSS (contribuição social para a Saúde) e a “nova CPMF” – cobrança permanente de alíquota sobre as movimentações financeiras, extinta no ano de 2007. Que vem sendo cantarolado pelos políticos como a solução dos problemas da saúde brasileira. É inaceitável aceitar que os governos disfarcem a sua falta de gerência na gestão, para com a inclusão da saúde pública na vida do povo brasileiro, com a velha prática que para melhorar tem que arrecadar mais.
Não acredito que numa investida sem métodos, onde o descaso ainda é soberano para a grande maioria da população dependente do sistema público de saúde, Seja dada ao povo a triste realidade de pagar, mais uma vez a conta.
*historiador

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