E a greve dos servidores públicos estaduais, inclusive, as policias militar e civil, continua. Depois de fracassar com seus interlocutores, aliás, o governo escolheu seus representantes para negociar com o comando de greve unificado dos servidores públicos estaduais e demonstraram serem amadores quando a matéria é negociar. Com intransigência e moral acima da realidade acabou que conduzindo o ritmo das conversas para um clima tenso e de acusações, forçando o próprio Governador Téo a retomar as conversas paralelas tentando por fim as greves e o visível desgaste que existe entre o governo do PSDB alagoano e os servidores públicos.
De um lado, os interlocutores do governo não conseguem mostrar argumentos que justifiquem os 5.91% de aumento oferecido pelo governo aos trabalhadores, e tentaram na verdade achincalhar o debate e a negociação, recheadas de posicionamentos autoritários que em sua tônica demonstraram sua inércia diante da triste realidade que se encontra o servidor público de Alagoas.
Do outro lado da praça, encontram-se os trabalhadores civis e militares que tentam a todo forma garantir de algum jeito suas perdas e o reconhecimento de melhorias salariais defasada desde outrora, coordenada por um comando frágil, vem demonstrando uma capacidade de reação e resposta ágil para com as negociações e enfrentamentos principalmente nas tentativas por parte dos representantes do governo que de forma bestal, não negociam, mais, ameaçam, intimidam e utilizam da imprensa para tentar descaracterizar o comando unificado de greve.
A sociedade espera que o governo realmente atenda as reivindicações dos grevistas e possa retomar as atividades por hora paradas ou funcionando a passo de formiga e sem vontade. Principalmente a nossa segurança, diferente do que fala na imprensa o secretário de segurança pública, o coronel Dário Silva, que insiste em afirmar que a greve não atingiu o funcionamento da segurança no estado. Não sei de onde ele está falando, mais, de Alagoas é que não é.
Depois do incidente ocorrido na assembléia legislativa, onde houve um endurecimento das policias civil e militar ao procurarem o espaço legislativo para conversar com alguns parlamentares sobre a situação dos servidores e acabou em uma verdadeira guerra, foi bomba, grades arrancadas e ameaças, o clima se tornou tenso depois que os servidores souberam que os nobres deputados, eles mesmos, deram um aumento de 108% em seus “mixos” salários.
É a inversão de prioridades, enquanto os servidores amargam a possibilidade de garantirem um aumento que não resolverá de fato suas necessidade os deputados ganham mais para trabalharem menos, é a contradição que permanece na lógica da ação dos detentores de mandato, cargos e poder no estado, aqui não tem jeito, ainda é o “coroné” que manda.
O governo refez a proposta de aumento e ofereceu nos últimos dias outra proposta em que aumenta para 7% de acréscimo aos salários dos servidores – mais mantém a posição de pagar fracionado - rejeitados em assembléia geral na Praça Deodoro, os grevistas agora irão discutir cada um em sua categoria para apresentar uma contra proposta na negociação, o que me parece avançar melhor agora, o diálogo começa a surgir e ser visto quando o governador toma a frente – mesmo que de forma paralela – em conversar com as lideranças sindicais. Vamos esperar e ver como será o próximo capitulo desta velha novela brasileira e alagoana.
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